Existem várias opções de procedimentos disponíveis para auxiliar pacientes com problemas urológicos, e um deles é conhecido como “duplo J”. Este artigo fornecerá mais informações sobre essa técnica.
As condições que afetam o trato urinário podem causar obstruções no fluxo de urina, resultando em dores e desconforto para os pacientes. O procedimento do duplo J foi desenvolvido para resolver esse problema, independentemente de sua causa subjacente.
A aplicação dessa técnica pode variar de acordo com o caso específico do paciente, conforme discutido a seguir. No entanto, é importante ressaltar que o procedimento do duplo J é considerado seguro e traz mais benefícios do que riscos para muitos pacientes.
Duplo J? - Significado
O cateter duplo J é um dispositivo médico utilizado na área de urologia para tratar a obstrução do fluxo urinário entre o rim e a bexiga. Ele é inserido no ureter do paciente, o canal que conecta esses dois órgãos mencionados anteriormente. Sua principal função é drenar a urina do rim e direcioná-la para a bexiga, facilitando o escoamento quando há uma obstrução presente.
O nome “duplo J” está relacionado à aparência do cateter, que apresenta duas voltas nas extremidades, assemelhando-se à letra “J”. Ele pode ser feito de diferentes materiais, sendo o silicone o mais comumente utilizado. O tamanho do cateter em termos de calibre e comprimento varia de acordo com o tamanho do ureter do paciente, e também há modelos disponíveis para uso pediátrico, que são consideravelmente menores. Em adultos, o comprimento geralmente varia de 24 a 30 centímetros.
Quando é necessário?
Conforme mencionado anteriormente, o procedimento do cateter duplo J é realizado quando o paciente apresenta obstrução no fluxo de urina entre o rim e a bexiga. É indicado para tratar problemas e condições que causem essa obstrução. Além disso, o uso do cateter duplo J tem os seguintes benefícios: prevenção de infecções renais, alívio da dor das cólicas renais causadas pela obstrução e prevenção da perda de função renal decorrente dessa condição.
As situações em que o cateter duplo J é comumente utilizado incluem:
- Litíase renal, também conhecida como cálculos renais;
- Cálculos no ureter;
- Procedimentos cirúrgicos na bexiga, rim ou ureteres;
- Anormalidades morfológicas nos ureteres, sejam congênitas ou adquiridas;
- Tumores que comprimem os ureteres;
- Lesões traumáticas no ureter.
É importante ressaltar que, na maioria dos casos, os pacientes usam o cateter duplo J de forma temporária, geralmente por algumas semanas. No entanto, em situações como câncer, por exemplo, seu uso pode ser necessário de forma contínua, sendo colocado periodicamente ou de forma permanente. O período de uso do cateter será determinado pelo médico, que avaliará a necessidade específica do paciente.
Como é feito o procedimento?
Tanto para a inserção quanto para a remoção do cateter duplo J, o paciente será sedado nos casos em que o cateter permanecerá por períodos mais longos. Isso ocorre porque, em algumas situações, o médico pode fixar uma corda de nylon na extremidade do cateter que fica na bexiga e deixá-la exposta através da uretra. Isso facilita a remoção, que pode ser realizada no consultório, mas apenas para pacientes que precisam do cateter duplo J por um curto período, a fim de evitar infecções.
No caso de remoção do cateter em que não foi colocada a corda de nylon, o procedimento é realizado em um ambiente cirúrgico, utilizando um cistoscópio inserido através da uretra. O médico irá puxar o cateter usando uma pinça específica para esse fim.
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Desconfortos que o cateter duplo J pode provocar
A utilização do cateter duplo J pode resultar em alguns desconfortos, tais como:
- Sensação de pressão ou peso na região lombar ou no abdômen devido à presença do cateter;
- Dor ou desconforto ao urinar devido à presença do cateter no ureter;
- Aumento da frequência urinária ou sensação de urgência para urinar;
- Sensação de necessidade constante de urinar, mesmo quando a bexiga está vazia;
- Possibilidade de ocorrência de infecções do trato urinário devido à presença prolongada do cateter;
- Incômodo durante a atividade física ou ao se mover, devido à posição do cateter.
É importante ressaltar que nem todos os pacientes experimentam esses incômodos e que eles podem variar em intensidade e duração dependendo do caso específico. Caso esses sintomas persistam ou se tornem intensos, é essencial buscar orientação médica para avaliar a necessidade de ajustes no tratamento ou remoção do cateter.
Cuidados que deve-se tomar
Os pacientes que possuem um cateter duplo J devem tomar alguns cuidados para garantir seu bem-estar e minimizar possíveis complicações. A seguir, estão algumas medidas importantes a serem seguidas:
Higiene adequada: Manter uma higiene rigorosa é essencial para prevenir infecções. Lave cuidadosamente as mãos antes e depois de qualquer manipulação do cateter, especialmente durante a troca de curativos ou ao esvaziar a bolsa coletora de urina.
Acompanhamento médico: Siga as orientações do seu médico em relação ao tempo de permanência do cateter duplo J. É fundamental comparecer às consultas de acompanhamento agendadas para avaliação do estado do cateter e do trato urinário.
Monitoramento dos sintomas: Esteja atento a quaisquer sinais de infecção, como febre, dor intensa, calafrios ou alterações na cor, odor ou quantidade da urina. Informe imediatamente o médico se observar qualquer sintoma preocupante.
Hidratação adequada: Mantenha-se bem hidratado, bebendo água em quantidade suficiente, a menos que haja orientação médica em contrário. Isso ajuda a prevenir a formação de cálculos renais e promove um fluxo adequado de urina.
Evite esforço excessivo: Evite atividades físicas intensas ou movimentos bruscos que possam causar desconforto ou deslocamento do cateter. Consulte o médico para obter orientações específicas sobre restrições de atividades.
Cuidado com a bolsa coletora de urina: Caso você utilize uma bolsa coletora de urina externa, mantenha-a sempre limpa e bem fixada. Esvazie a bolsa regularmente de acordo com as instruções fornecidas pelo médico ou profissional de saúde.
É importante seguir todas as recomendações do médico e entrar em contato com ele se houver qualquer dúvida, preocupação ou sintoma adverso relacionado ao cateter duplo J.
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Dr. Bruno Molina
É médico cirurgião Geral formado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioste.
Possui especialização (residência médica) em Urologia pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná – UFPR